quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O que você faria se não houvesse amanhã?

O que você faria se descobrisse que este é o seu último dia de vida? Alguns respondem que passariam o dia com seus entes queridos, outros que diriam a todos tudo aquilo que ficou engasgado na garganta durante uma vida inteira. Algumas pessoas dizem que fariam algo que sempre quiseram fazer, mas nunca tiveram coragem. De qualquer forma, o que você faria em seu último dia de vida é provavelmente algo que você não está fazendo agora.

Quando pensamos na finitude de nossa existência, nos lembramos das coisas que são realmente importantes para nós. Hoje poderia realmente ser o último dia de vida para qualquer um de nós. Por que não priorizamos então o que é de facto importante, ao invés de deixar “tudo para o último dia”? Por que nos sujeitamos a uma vida sem sal, sem graça, nos alimentando na esperança de que o futuro será melhor?

Diversos factores sociais e psicológicos contribuem para esta condição. Apesar de “filosoficamente romântico”, viver a vida adoidado como se não houvesse amanhã não é muito prático. Além disso, nós sabemos que a probabilidade de que haja um amanhã é infinitamente maior do que a probabilidade de que realmente hoje seja o nosso último dia na Terra, e aí, quem se responsabilizará pelas consequências de nossas acções espontâneas?

Um outro factor são os famosos ganhos secundários. Não dizemos tudo o que queremos para aquela pessoa insuportável no escritório porque temos certos ganhos com isso, seja simpatia, um favorzinho aqui e ali ou a economia de um bate-boca que talvez não estivéssemos dispostos a começar.

A preguiça e a procrastinação têm sua raiz na esperança. Se acreditamos que teremos tempo no futuro para lidarmos com o que não queremos lidar agora, nós simplesmente deixamos para depois. A esperança mantém acesa uma expectativa de que tudo será melhor no futuro.

Não somos muito bons em percebermos a passagem do tempo. Sempre achamos que o futuro será melhor e esta expectativa se torna permanente. O futuro “melhor” nunca chega enquanto o presente for igual ao passado, mas não percebemos, continuamos a esperar por ele, enquanto isso vamos fazendo coisas sem importância, passando o tempo, aguardando pela oportunidade, aguardando pela altura de fazer algo mais significativo com nossas vidas, até o dia em que realmente… não há mais amanhã!

O que nós dizemos que queremos para o futuro é o que queremos, na verdade, agora.

Porque esperar pelo amanha?

1 comentário:

Inês Clemente disse...

O povo já diz: "Não deixes para amanha o que podes fazer hoje."

Sempre me identifiquei muito com este ditado. E tento segui-lo à letra. E acreditem que a vida corre bem melhor.
Não adio conversos, nao adio começos, nao adio fins.

Claro que todos temos as nossas indecisoes. Elas sao necessárias e produtivas, por vezes. Mas nao se confunda a indecisao com a fraqueza pra tomar decisoes ou rumos. Sao coisas bem diferentes!

Adiar o inevitavel é perder dias a viver o que já deveria ter passado.

Nós somos senhores das nossas vidas. Sempre disse que achava que tinha nascido com a sensaçao de que a vida corre rapido demais, tenho um sentido de urgencia mais apurado que todos os qu eme rodeiam!
Quando era pequena pensava que era assim porque se calhar sabia inconscientemente que iria sair cedo deste mundo!

Hoje nao acho nada disso, sei qeu sou assim porque quero percorrer um longo caminho e quero ter tempo para saborea-lo e para aproveitar cada passo.
Por isso, nao perco tempo com pessoas mal-humoradas, com pormenores que em nada enriquecem o meu qoutidiano, com problemas acerca da metereologia, etc.

Saboreio cada passo, cuido de mim, medito, concentro-me em mim, no meu corpo, no que quero e no que vou executar no dia seguinte.

Cuido tb dakeles que amo...ha tempo para tudo o que realmente queremos, se o fizermos no momento em que o devemos fazer.

Um dia, o amanha vai ser mesmo o ultimo. Nesse dia quero descansar apenas e recordar tudo o de bom que fiz nos dias que antecederam esse ultimo dia. Nao é no ultimo dia que vou conquistar a felicidade, é no ultimo dia que a recordo apenas, sentada à beira rio com a minha mãe.